quinta-feira, 25 de agosto de 2011

[Mês do escritor louco #9] Alardeio promissivo

Escrevi um parágrafo promissor. Na passagem, o bravo (ou brava) jovem se esgueirava pelo campo aberto e deserto, exceto pela grama e pelo único conjunto de árvores que ali se encontrava. Então, ao procurar uma resposta naquele vazio, viu-se no meio de uma multidão de vida e entendeu sua insignificância perto de um mundo muito maior do que o que habitava em sua psique.

Era mesmo um bom parágrafo. Busquei nos mais profundos cantos dos meus conhecimentos, da minha criatividade, dos meus sentimentos, das minhas experiências, das minhas visões e das minhas cegueiras o conteúdo para continuar. Aquele seria meu melhor conto. Talvez meu melhor texto. Não havia dúvidas disto: em breve terminaria aquela história e me orgulharia de meu trabalho, encantaria o mundo com minha prosa e poetas mudariam seus estilos literários por minha influência.

Ora, quem nunca se sentiu assim? Às vezes isso acontece. A gente pensa que descobriu um novo universo, cheio de possibilidades, cheio de vida, cheio de coisas novas. Mas a gente se engana. Tudo bem. É só tentar mais uma vez e procurar um diferente ângulo. Tão diferente que, esse sim, será um novo universo.


2 de fevereiro de 2010

3 comentários:

Jefferson Sato disse...

Engraçado que já me senti assim um monte de vezes. Quem dera.

- Lih² disse...

Também já me senti assim... hahaha. "Nossa, eu vou mudar o mundo com isso aqui!" .... AHAM!

Jocee disse...

Acho que todo mundo que escreve já se sentiu assim algum dia. Até eu já me senti assim rs
De certa forma é algo bom, sinto-me orgulhosa quando escrevo algo que fica realmente legal. É óbvio que não serei uma Clarice Lispector, longe disso, mas me sinto bem por escrever algo que as pessoas gostam e compreendem.