domingo, 13 de junho de 2010

Meros e sinceros elogios


Nunca sei como agir quando sou elogiado. Não tenho costume de recebê-los e minha auto-estima sempre foi muito baixa, então é difícil aceitar algo como um elogio sem questionar. Sempre parece que estão falando só para que eu me sinta melhor ou estão sendo sarcásticos mesmo. Inclusive já recebi reclamações de algumas pessoas por causa disso. É difícil se desvencilhar de algumas idéias e manias.

Mas recentemente recebi três elogios (acho que posso chamá-los assim) que me fizeram pensar muito em quem eu realmente sou. Dois foram de pessoas importantes para mim, o terceiro foi de uma pessoa que não conheço de fato e com quem nunca conversei. Todos foram tão espontâneos que não sobrou nem espaço para duvidar deles. E, por mais piegas que pareça, eu senti como se aquilo fosse uma espécie de recompensa. Foi como se eu tivesse esperado minha vida toda para ouvir aquelas palavras.

Foi, de certa maneira, libertador, como se pudesse finalmente mudar de página. Acabei descobrindo que é muito bom ser eu mesmo. Não que antes não fosse, mas eu freqüentemente tentava fingir ser o que não sou. Ou pior, fingir ser o que já sou. Sempre tive receio de chegar para o mundo e dizer: “Olhem! Isto é tudo o que tenho para oferecer. Sinto muito”. Não queria decepcionar ninguém. Mas percebi que, na verdade, é fácil quando não tento por uma máscara ou me esconder, não só em termos psicológicos, mas para o mundo me aceitar também. Para eu mesmo me aceitar.

E agora, o que tem pela frente?