quarta-feira, 27 de julho de 2011

Agosto, mês do escritor louco


Resolvi dar uma explicação do que acontecerá aqui no blog nas próximas semanas. Alguns poucos sabem que eu costumava escrever textos usando um heterônimo, que não vou revelar o nome. Quem conhecia, significa que confiei muito na pessoa, e quem não conhecia, já não importa mais. De qualquer forma decidi “despublicá-los” de onde estavam e postá-los aqui, no Chuta & Corre!, que não é o lugar deles, mas é o meu.

Já que agosto é o mês do cachorro louco, eu adoro cães e tive um distúrbio de personalidade com um heterônimo, nada melhor do que misturar tudo numa gororoba lírica. Ao todo serão dez textos publicados a cada três dias durante todo o mês de agosto. Ou, pelo menos, assim pretendo. Eles não terão o formato padrão do blog e nem imagens para ilustrá-los. Além disso, em geral, têm uma linguagem e uma visão de mundo que não costumo usar aqui, afinal, eram de um heterônimo, então nada mais justo do que ser diferente de mim. Então vocês verão crônicas, contos, pensamentos aleatórios e até poesia. Mas tenho certeza de que há um jeitinho meu inconfundível por lá, então será divertido ver a reação.

Quero aproveitar e destacar que três dos textos foram copiados pela internet sem créditos ao autor (que tecnicamente não existe). Se procurarem no Tio Google irão encontrá-los por aí. No começo fiquei frustrado, mas agora não ligo mais.

Enfim, agradeço fortemente quem puder visitar o Chuta & Corre!, acompanhar durante o mês de agosto, ler e comentar os textos que estão por vir. A proposta deste blog sempre foi publicar idéias, pensamentos e comentários que pudessem divertir e, quem sabe, até propor reflexões para quem estiver disposto a abrir a cabeça. Espero continuar com isso e o fato é que mesmo um escritor de calçada não é nada sem leitores, então não sou nada sem vocês. Obrigado!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Invisível? Quem?


Já teve a impressão de ser invisível? Ou muito insignificante? Dá vontade de procurar um espelho para ter certeza de que você continua existindo. Sempre fico perplexo com isso. Aconteceu algo comigo minutos depois de escrever o texto passado na praça de alimentação lá da Universidade São Judas. O lugar estava relativamente vazio e um grupo se acomodou em uma mesa ao lado de que eu estava. Foi então que chegou uma menina, daquelas escandalosas que gostam de se mostrar, e se juntou a essa galera... Na minha mesa.

Esqueça. A última frase não fez jus ao momento: ela atacou violentamente o material dela em cima da minha mesa, não se importando com as minhas coisas, e se sentou. Xingou alguma professora por um motivo ou outro aos gritos e reclamou de notas dando murros onde uma certa pessoa escrevia o rascunho deste texto. E tudo em volta vazio, como se fosse mal assombrado. Tinha, pelo menos, sete outros lugares nos quais ela poderia ter sentado e esmurrado à vontade. Mas ninguém me notou!

Como eu disse, isso me deixa muito fascinado. Algo que acontece bastante é o lugar ao seu lado em um transporte público ficar sempre vago. É como se você fosse um excremento humano. Pode parecer o contrário de invisibilidade, mas não é! Ninguém te olha, apenas evitam ficar perto por instinto. Sequer notam o que fazem ou sabem que você está ali. Seu perfume francês, suas roupas elegantes e aquela expressão alegre, simpática e acolhedora no seu rosto não têm a menor importância. E quando senta alguém é porque a pessoa te ignora completamente e pensa que os dois bancos são dela.

Mas meu caso preferido é no mercado. Todas as senhoras fazendo compras e sem senso de espaço simplesmente se aglomeram ao seu redor. Quando você percebe, está cercado por uma barreira de carrinhos que carregam crianças histéricas. Todo mundo precisa compulsivamente do produto que está ao seu lado. Toalha? Shampoo? Engradado de sucos daquela marca que ninguém nunca ouviu falar? Detergente com aroma de queijo gorgonzola? Não importa! A vida dessa gente depende daquilo.

Só que absolutamente nada supera quando as pessoas falam de você como se você não estivesse ali. Porque esse, meus amigos invisíveis, é o fundo do poço. E aí não sobra mais nada para espelho algum refletir.