sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Cofres e moedas


Cofres são coisas engraçadas. Não vejo o menor sentido na existência de um cofre caseiro. Ultimamente, meu irmão esteve procurando um cofrinho em formato de porco. Para quê? Você gasta dinheiro para ter um lugar para guardar dinheiro. Isso é paradoxal! E outra... Você vai ter que quebrar o cofre! Você compra uma coisa exclusivamente para quebrá-la em algum momento. Parece algo realmente estúpido de se fazer.

Ah, mas vai vir alguma pessoa genial e me dizer que existem cofrinhos que você pode abrir à vontade... É PIOR AINDA! Se você pode simplesmente ir lá e tirar o dinheiro, QUAL É O MOTIVO DE TER O COFRE? PÕE NA GAVETA! Lembre-se: não estamos falando de cofres super elaborados feitos de titânio, com senhas, que guardam quantias absurdas de dinheiro. É UM MALDITO COFRE COM TAMPA (e, às vezes, um cadeado)! Se você olhar feio para aquilo, o negócio abre sozinho! Coloque o dinheiro num saco e enfie num buraco da sua estante velha. NINGUÉM VAI ACHAR! E você não vai precisar arrebentar (mais ainda) a sua estante depois.

Esses dias estava no Shopping West Plaza com meu irmão e minha cunhada, esperando dar o horário para irmos ao jogo do Palmeiras (nem sou palmeirense, fui de alegre mesmo). Entramos em uma loja da Camicado e ficamos andando aleatóriamente lá dentro. Pronto, ali estão: cofres de porcelana. Tem porco florido, tem botinhas, vaca, boi, cavalo, dragão, tem todas as formas que você imaginar, com tampa, sem tampa... Sem tampa? Um cofre de porcelana que custa 80 reais... Que vai ser quebrado! Aí, quando olhar lá dentro, parabéns, você juntou 79 reais. Belo investimento.

Aliás, dinheiro em si é uma coisa bizarra. Até o momento em que utilizavam metais, tudo bem, eles tem valor de troca até hoje, mas nunca entendi bem como começou o uso do papel como moeda. Quando todo mundo se deu conta, as pessoas estavam trocando papeis por botas. Tenho certeza que tem alguém que se deu muito bem com isso. Sempre tem!

É uma pena que notas de cem sejam lendas urbanas, o negócio não existe! "Ah, eu já peguei em uma nota de cem", é MENTIRA, elas foram extintas! Se lançarem uma nota nova vai ter a imagem de uma de cem na parte de trás por causa disso! "Ah, ouvi dizer que elas falam", "Ah, ouvi dizer que elas brilham no escuro", "Ah, ouvi dizer que se você pegar uma e esfregar três vezes, sai um ex-presidente e realiza um desejo".

- QUERO UMA NOTA DE CEM! TEM COMO? Vi um cofre lindo que eu posso usar para guardar, custa só duzentos reais!

Falando em valores, eu li na revista Superinteressante uma vez que para fabricar uma moeda de um centavo custa... nove centavos! E a de cinco centavos custa doze centavos. Em primeiro lugar, considero essas duas moedas completamente sem razão de existir. Especialmente a de um centavo. O negócio meramente não tem utilidade. A vida de todo mundo seria muito mais fácil se ambas não existissem! E que puta prejuízo! Que idéia de imbecil é essa? De acordo com a própria Superinteressante, são mais de R$ 93 milhões jogados no lixo! Depois dizem que economia é um assunto chato e complicado. Não é que é complicado, é que não faz sentido mesmo!

domingo, 12 de outubro de 2008

Escape

Todo mundo precisa de uma válvula de escape: quando tudo está dando errado, quando a pessoa que você gosta nem lembra que você existe, quando você não aguenta mais as peças pregadas pela vida. Tem gente que bebe coisas alcoólicas, tem gente que sai com os amigos simplesmente para desviar a própria atenção, tem gente que assiste filmes, que joga videogames, tem gente que ouve músicas de fossa, entre outras coisas. Eu como coisas caras e bebo Coca-Cola. Se você me ver bebendo Coca, quieto, provavelmente tem algo errado comigo. Para quem se perguntou: eu fiz isso hoje. E não, não me sinto melhor.

E ontem foi dia de fazer isso. Saí com uns amigos. Eu só queria sair com eles, me divertir. Acabou virando mais uma viagem psicológica e depressiva pra mim. Por quê? Não me dou bem em lugares cheios, muitos amigos comigo. Isso costuma me lembrar de como tudo o que eu faço dá errado. Tudo o que eu quero, não consigo. Eu tento, tento mesmo, mas eu não saio do lugar. Todo mundo tem um plano para si, todo mundo sabe o que quer, todo mundo tem um caminho pra seguir... E eu só fico olhando, porque não faço a menor idéia do que tenho que fazer. Sempre me sinto alienígena. Eu simplesmente não faço parte daquilo, então... O que estou fazendo lá?

Um desses amigos, quando bebe, diz que começa a falar muitas verdades. E isso é verdade. Enquanto não perde a calma, é muito bom conversar com ele neste estado. Mas eu o vi, ali, triste, reclamando, melancólico, infeliz com a própria vida, e tudo o que eu podia fazer era concordar. Simplesmente porque eu concordava. Simplesmente porque entendia e sentia cada uma daquelas palavras e não sei uma solução para sair dessa angústia.

Há também uma moça... Ela parece meio fria de vez em quando, mas se preocupa com os amigos, com as pessoas. Às vezes, mais do que o necessário. O que mais você pode querer em alguém? E, enquanto ela estava mal por não poder fazer nada, não fui capaz de dizer uma única palavra para que ela se sentisse melhor. Não fui capaz de fazer um único gesto para que ela se sentisse melhor. Só fiquei ali, engolindo minha própria incompetência. Fiz a ela a promessa de que iria mudar este tipo de pensamento. Me desculpe. Só dessa vez, me desculpe.

Não bebo álcool e acho que afogar as mágoas e preocupações em coisas que trazem "felicidade momentânea" é besteira. Neste caso, não me limito apenas ao álcool, mas à qualquer forma de tentar fugir dos problemas por alguns minutos ou horas. Até porque não há infelicidade eterna também. Esta é outra bobagem que teimamos em acreditar.

Para falar a verdade, nem sei aonde quero chegar com tudo isso. Acho que só queria desabafar. Só queria dizer que sinto muito por não poder fazer mais. Só queria dizer que, se eu pudesse, eu faria o mundo todo se sentir bem, mesmo pessoas que não gosto. Mesmo que eu me afundasse na mais escura depressão e nunca mais saísse de lá. Valeria a pena.

Peço desculpas à vocês, por tudo o que escrevi aqui. Também peço desculpas ao meu "eu". Se soubesse como, te faria feliz.

Acho que vou beber mais Coca.


*Foto utilizada e modificada sem autorização de Nathália, dona da mão e da letra.

domingo, 5 de outubro de 2008

Meus heróis e seus vilões


Você pode vir aqui ou em qualquer outro lugar e falar mal de mim. Apontar o dedo para minha cara e me humilhar como quiser. Pode dizer coisas ofensivas e grotescas a meu respeito... Não ligo...

Pode planejar contra mim, ir contra minha vontade. Pode me fazer o mal, me destruir, me machucar. Me derrotar de mil maneiras e me matar mil vezes. Eu não ligo.

Pode influenciar e acabar com minha vida amorosa, social, profissional, estudantil... E pode, ainda, jogar na minha cara e espalhar pelo mundo que foi você que fez isso. Pois é, não ligo.

Se quiser, pode pisar no meu ego, no meu id, no meu superego ou até mesmo no meu alterego... Putz... Acabe com todas as minhas formas de existência e liberdade de pensamentos... Nem ligo.

Sou bem fortinho. Sou resistente. Sou capaz de aguentar todo a maldade do mundo em minhas costas. Cresci me acostumando com essa idéia. O que seria mais uma maldita pessoa ruim na minha vida? Eu realmente não ligo!

Agora... Se você ameaçar mexer, falar mal ou machucar um de meus amigos, incluindo animais ou familiares, física ou psicologicamente, saiba que você vai se dar muito mal, porque vou dar tudo de mim para apagar esse sorrisinho de sua cara e fazer com que caia no abismo mais profundo e aterrador que sua mente pútrida e desprovida de sensibilidade pode imaginar. Nem que, para isso, eu tenha que me sacrificar junto, me atirando nessa fossa imunda em sua miserável companhia.