quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sentir nos faz sentir


Sou de lua. Em um momento estou alegre, rindo das ironias da vida; no outro estou horrivelmente triste, deprimido, angustiado e frustrado. Assim, do nada. E a única coisa necessária para que essa transformação aconteça, é um empurrãozinho para me lembrar de como é essa sensação desesperadora. Essa loucura sem explicação que é "sentir". E seja um sentimento bom ou ruim, sempre acreditei que sentir é a coisa mais maravilhosa que podemos experimentar, pois é isso que prova nossa existência. Sentir faz com que a gente se sinta realmente vivo, não significando, necessariamente, que seja uma experiência boa. As vezes, faz você querer sentir o exato oposto.

Quantos de vocês já se sentiram como se absorvessem os problemas dos outros? Como se tudo de ruim fosse pra você? E quantos realmente desejaram que isso acontecesse, pelo bem de quem vocês gostam?

Quantos já se viram cegos de ciúme, machucando a única pessoa que, no momento, vocês querem bem? E quantos já quiseram que alguém sentisse um pouco de ciúme de vocês? Ou que pelo menos notassem, não sua ausência, mas, de fato, a sua presença? Que você está alí, de corpo e de alma, notando esta e todas as outras pessoas e suas presenças físicas e mentais, e como todas elas têm um lugar no mundo. Menos você.

Quantos se apaixonaram, no sentido mais forte da palavra? E no mais fraco? Você sabia o que fazer? O que dizer? O que pensar? Já confundiu o que você sentia? Já teve dúvida se era mera confusão ou não?

Quantos já quiseram dizer tantas coisas que não foram ditas? Fazer o que não foi feito? Quantos se arrependeram disso? Quantos arrependimentos vocês levam nas costas? Porque vocês não dão meia volta e vão até lá fazer ou dizer o que vocês realmente querem?

Quantos já se sentiram perdidos na vida? Já parou para pensar em tudo o que você fez e conseguiu até hoje e percebeu que você não sabe o que está fazendo? Percebeu que você, na verdade, não conquistou nada nesta vida? Ou que está atrasado em relação ao resto do mundo? Ou, talvez, que você possa ser a pessoa mais azarada deste mundo? Ou percebeu que, de uma certa forma, tem orgulho disso?

Quantos já se sentiram péssimos amigos? Péssimas pessoas? Péssimos amantes? E acharam a resposta para mudar isso? Vocês tentaram mudar?

Quantas vezes já sentiram a tristeza de ver as pessoas desaparecerem, deixando um mero vulto, um eco, do que costumavam ser? E quantas vezes você mesmo(a) foi esta pessoa?

Quantos já se sentiram um peso? Não por serem um problema, mas por meramente existir. Sua existência pesa na vida dos outros? Pesa para você? Ou é tão leve que você simplesmente se sente a pessoa mais insignificante deste mundo? E apesar de você amar tanto as outras pessoas, não acha que alguém pode jamais te amar. Aliás, você sabe o que é existir? Acha que você existe? Sente a existência?

E quantos de vocês, de tanto ansiarem pelo reconhecimento e pela vida, sem resposta, ansiaram pela morte? Não o mero suicídio desesperado, e sim aquela que, de fato, tem o direito de ser chamada de "descanso eterno"? Atingir a real inexistência, a morte total, o fim. Porque, afinal, se você não se sente vivo e não se sente morto... O que é você?

sábado, 9 de agosto de 2008

Web Um-Ponto-Xis

Só estou atualizando porque a Tati cobrou, então resolvi forçar um texto que já estava sendo preparado mentalmente faz tempo (tanto que a imagem acima já estava pronta há alguns meses).

Penso muito na internet ultimamente. Nunca a odiei tanto! Web 2.0 é o caralho! É uma bosta! Houve um tempo que legal era conectar com aquele modem velho e podre e ouvir aquele som irritante da conexão durante a madrugada dos fins de semana para ficar no chat da UOL perguntando "quer tc?". Ninguem respondia, mas era legal mesmo assim. Hoje ninguém mais usa "tc" para nada. Tem gente que nem sabe o que isso significa! Fora "brb", "lol", entre outras que nem me lembro mais. Foi há muito tempo. Emoticons eram apenas caracteres e pouca gente sabia o que " ^.^ " e " ¬.¬' " significavam.

Hoje você consegue se imaginar conversando com alguém da seguinte maneira: "Tenho +- 1,70, 14 anos, sou mestiço, tenho olhos e cabelos castanho escuros, magro... e vc?" Hoje temos cameras digitais, webcams e tudo mais o que você imaginar, ninguém mais tem motivos para se descrever! Antes tinha scanner... e era caro! Salas de bate-papo? Estão obsoletas! Esses dias resolvi ir visitar uma só pra ver qual a situação atual da coisa. Antes era difícil achar uma vaga em uma sala, hoje é dificil ter uma sala com mais de duas pessoas.

Na época usávamos ICQ, não MSN. MSN era um lixo! Continuo achando que ICQ é o melhor programa de todos, pena que ninguém mais use. Aquele "oh-oh" de mensagem é inesquecível! E quem, que tenha usado, não se lembra dos URL com umas correntes legais? "Qual seu UIN?"

Downloads. Baixar 5MB era missão sobrenatural, sendo necessário muita paciência! Hoje as pessoas baixam discografias, shows, filmes e DVDs inteiros em um dia. Mas naquela época tinha uma coisa boa: todos os downloads eram direto dos sites, via HTTP, sem burocracia de rapidshare e afins. Era clicar e baixar! P2P? Só tinha o Napster! QUANTOS DE VOCÊS USARAM O NAPSTER??? HEIN!!!???

Google? Que Google? Acredite se quiser, o Google já foi a pior ferramenta de busca na minha opinião. Hoje não imagino minha vida sem ele. Serve até pra confirmar a ortografia das coisas que escrevemos (não 100%, mas aí é uma questão de bom senso). Antigamente sites como o Cadê e o Aonde eram bons. Já ouviu falar em algum dos dois?

Blogs e Flogs eram coisas de gente que não tem o que fazer. Hoje tem usos muito úteis, algumas pessoas até ganham a vida com isso (não é o caso deste que você está lendo). Ter um website pessoal era coisa de gente em outro nível! Photoshop então? Nem se fala! Hoje qualquer imbecil consegue ter um website e usar o Photoshop sem maiores problemas.

Os amigos pareciam ser mais unidos. Era tudo mais simples. A internet era limitada, mas parecia ter bem mais coisas para fazer. Não dava para enjoar, não dava para não querer usar. Hoje é tudo ao contrário. Orkut, MSN, Flogs, Blogs, YouTube, MySpace, Trama Virtual, entre outros, nada mais importa. Tem tanta coisa que perde a graça, é entediante. Não há nada pra fazer. Deprimente.

Quero minha vida real de volta. Ela nunca pareceu tão interessante.